Quando terminei o curso em Belas artes e comecei a escrever o meu currículo, apercebi-me que um currículo artístico é muito diferente dos currículos que se utilizam em outras profissões, e que existia muito pouca informação sobre como redigir um bom currículo artístico.

Ao longo dos anos que passaram, desde o fim do curso até hoje, conheci pessoas e fiz cursos de formação que me ajudaram a estruturar um currículo artístico. É certo que existem muitas versões, e todas elas são válidas, mas ainda assim gostaria de partilhar convosco vários conselhos.

O currículo é um cartão de apresentação, a sua estrutura, conteúdo e a imagem que transmite devem motivar a pessoa que o receba a lê-lo.

Utiliza formas e tipos de letra simples. Foge de desenhos barrocos ou complexos, que distraem a atenção. Restringe-te apenas ao uso de preto – muitas vezes os currículos são fotocopiados e o uso de cores diminui a sua qualidade.

Ajusta o teu currículo a cada oferta/oportunidade, destacando ou sublinhando as capacidades mais adequadas a cada oferta. Tem sempre presente o seguinte: o propósito do envio do currículo, a que te estás a candidatar, o que precisam de saber sobre ti, sobre a tua obra, o teu trabalho, etc.

O tamanho ideal para um currículo é uma página ou uma página e meia. Sei que é muito difícil selecionar a informação mais relevante e descartar a restante, mas dou-vos um conselho: guarda a versão mais extensa do teu currículo para o teu blog, página web, exposições, etc.

Erros comuns num currículo artístico - Informação desnecessária:

-       Num currículo artístico não é necessário que incluas os idiomas que falas nem os tipos de software que sabes utilizar. Inclui esta informação apenas ser for requisitada.

-       Informação sobre a tua educação secundária.

Testa o teu currículo, pede ajuda e opiniões a pessoas conhecidas e assegura-te que é fácil de ler.

-       Utiliza apenas um tipo de letra.

-       Não é recomendável que adiciones fotografias pessoais aos currículos artísticos. As fotografias da obra são adicionadas em anexo.

-       No que diz respeito à tua idade ou data de nascimento existem opiniões díspares, embora na Europa seja comum adicionar-se sempre a data de nascimento ou idade, nos EUA preferem que seja omitida, pois assim ninguém é discriminado pela idade. Pessoalmente, prefiro adicionar sempre a minha data de nascimento.

Estrutura de um currículo artístico: O que incluir?

-       Nome e dados de contacto

-       Experiência por orden cronológica

-       Seleção de informação relevante

Nome: Inclui também lugar de nascimento e residência

Dados de contacto: e-mail, telefone/telemóvel, página web, blog, perfil profissional de Facebook, Twitter

Educação relevante: Cinge-te apenas à educação Universitária: licenciaturas, pós-graduações, mestrados, doutoramentos, e tudo o que tenha a ver com a tua prática profissional.

Exposições individuais: Ano, título da exposição, galeria, cidade, país. Inclui também o nome do curador, se souberes.

Exposições coletivas: Ano, título da exposição, galeria, cidade, país.

Ex: 

2013. Cities: All Dimensions. Curadora: Nadiya Pavliv. Galeria Tokarska. Londres. Reino Unido.

É importante especificar se a exposição é individual ou coletiva. Existem autores que gostam de ordenar as exposições por ano. Pessoalmente, prefiro diferenciá-las entre individuais e coletivas, e dentro desta divisão ordená-las por data, começando pela mais recente.

Se ten sum grande número de exposições, faz uma seleção das mais interessantes e relevantes. Evita referir as exposições que fizeste em bares, cafés, restaurantes, etc.

Prémios: Dá detalhes de todos os prémios que ganhaste. Inclui também aqueles para que foste selecionado, segundos prémios, menções honrosas, etc.

Residências: Nome e ano da residência. Inclui também informação sobre o projeto que realizaste durante a tua estadia.

Publicações: Artigos, livros, etc, nos quais surja o teu nome. Nome do artigo, nome da publicação.

Ex:

2012. Hospital. Anonym Magazine, nº12

Colaborações.

Coleções: Enumera se são coleções públicas ou privadas. Ano da aquisição, nome do colecionista, fundação, etc.

Mais: 3 conselhos e 3 eexemplos para escribir tu statement (declaração do artista).