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La Neomudéjar de Atocha, novo Centro de Arte de Vanguarda em Madrid

Há muitos meses que se ouve falar “deles”: Art House Madrid, os organizadores do festival de vídeo arte IVAHM (sobre o qual escrevemos a semana passada). E, finalmente, durante o evento “Se Alquila Mercado”, encontrámos um posto cheio de esculturas, pinturas e ecrãs de vídeo. Aproximámo-nos e, depois de uma breve conversa, Eureka! Eram eles. Os membros de Art House com o apoio de ADIF estavam prestes a abrir um centro de arte de vanguarda no coração de Madrid, apenas a 10 minutos a pé do Museu Rainha Sofia, na antiga estação de comboios de Atocha (“a francesa”, disseram-nos, “a inglesa é a que está em funcionamento agora”). Chamar-se-ia La Neomudéjar.

Fomos convidados a passar lá um dia para uma visita, o que fizemos encantados.

Deixamo-vos aqui as nossas impressões, fotografias e explicações. Sentimo-nos muito orgulhosos de termos testemunhado a abertura deste novo espaço para as artes de vanguarda, vídeo arte, robótica e performance em Madrid. La Neomudéjar nasceu. E aqui está o certificado.

 

 

 

 

Ao chegar a La Neomudéjar fomos recebidos por Nestor Prieto e Francisco Brives, membros fundadores de Art House Madrid e diretores do Centro de Artes La Neomudéjar.

Começaram por nos mostrar o futuro espaço de co-working para curadores e artistas, com o qual o visitante se depara ao entrar no centro. A ideia é que desta proximidade no trabalho diário nasçam sinergias, colaborações, interações e projetos artísticos inovadores e de vanguarda.

 

 

 

A segunda sala que nos foi dada a conhecer faz parte do Centro de Arte em si. As obras do artista Raúl Armenteros conjugam-se com a arquitetura do espaço e com a sua história; tendo sido o antigo centro de formação para os empregados de ADIF até aos anos 70, este imóvel está repleto de recordações daquela época, como uma forja, uma enorme mesa de trabalho de carpintaria, prateleiras cheias de tinta, armários onde os empregados guardavam os seus pertences,… Muito pouco utilizado desde então, Nestor e Francisco explicaram-nos que antes de conseguirem ver o espaço tal como se encontra agora, tiveram de retirar dali quase 13 toneladas de sucata que estava espalhada pelo edifício. Um trabalho de titãs, que deu luz também à criação de uma obra prima colocada no primeiro andar, e que vos apresentaremos no final do artigo (e assim criamos um pouco de suspense para o final!).

 

 

Na terceira sala em que entrámos, dedicada às apresentações e projeções, pode ver-se um gigante mural do artista Laguna.

 

 

Continuámos o nosso passeio pelo espaço, e chegámos ao antigo espaço de produção de metal. Aí aprendia-se a criar lâmpadas de azeite, que eram utilizadas para os primeiros semáforos das linhas de comboio.

Este espaço será agora utilizado como laboratório de investigação teatral e performativo, onde as companhias poderão residir, ensaiar e representar as suas obras.

 

 

Esta obra de Alberto Carvajal foi realizada em 1996 em Montenegro numa das maiores ferrarias da Europa, a qual foi posteriormente destruída pelas forças da ONU durante a guerra do Kosovo. A obra foi realizada a partir de peças de tanques, granadas e munições.

 

A partir desta sala, os visitantes podem dirigir-se ao exterior e, surpreendentemente, deparar-se com o cais e o final das linhas de mercadoria da antiga estação.

O projeto La Neomudéjar não se limitou a transformar um espaço em desuso num Centro de Arte de Vanguarda, já que pretende conservar a identidade do edifício onde se localizam, reintegrando-o na comtemporaneidade e na vanguarda. As boas relações estabelecidas com o Museu Ferroviário e com diversas associações de amigos do comboio, ajudaram os membros de La Neomudéjar a documentar a história do espaço e, de certa forma, a conservar a sua utilidade inicial.

Depois dirigimo-nos à parte superior, onde se encontram, por agora, os três residentes que o centro já possui. A seleção deste artistas fez-se através dos projetos, e durante seis meses Emma Ferguson (inglesa), Joanna Kirby e Greg Gobel (norte-americanos), “habitarão” o centro.

Seguindo Nestor, chegámos por fim a uma tela de Mario de la Iglesia, de 8 por 3 metros. “É o nosso Guernica particular”, disse Francisco, entre risos.

 

A visita terminou com uma instalação do artista Laguna. Nestor revelou-nos que Laguna se dirigiu ao centro para pintar um mural. Teria que ficar durante 3 dias, mas ao ver o espaço acabou por ficar durante 7. E deixou como prenda esta instalação site-specific, feita a partir dos restos que encontrou no espaço quando chegou. “Acaba por representar um pouco como encontrámos o local ao chegar aqui”, disse Nestor.

 

 

La Neomudéjar abriu as suas portas no passado dia 6 de junho, e está aberto ao público todas as sextas-feiras, sábados e domingos, com horário da manhã das 10h às 14h, e de tarde das 17h às 20h. Desejamos-lhes uma longa vida!

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