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Interviews

Entrevista a... Alexandre Rola, artista plástico

Alexandre Rola é um artista plástico português de 35 anos. Natural do Porto, Alexandre explora várias áreas de expressão artística como a fotografia, a pintura ou o desenho. Nas suas criações, o artista utiliza frequentemente materiais negligenciados pela sociedade, como cartazes ou cápsulas de café dando uma nova vida a estes “restos” do quotidiano. Curiosos? Nós também ficámos e por isso fomos falar com o Alexandre!

 

Quando é nasceu o teu interesse pelas artes visuais? Como é que decidiste enveredar pela carreira artística?

O meu interesse pelas artes nasceu antes de o saber. Desde o tempo em que andava em Economia, já praticava uma vida dupla, isto é, desenhava e pintava para mim, até achar que estava minimamente preparado e sem pudor para mostrar alguma coisa. E isso foi já durante o meu segundo curso de Design Gráfico, embora a minha base seja Fotografia.

 

 

Em que é que te inspiras nas tuas criações artísticas? Podes falar um pouco dos diferentes tipos de trabalho que desenvolves?

O meu trabalho tem muito de verdadeiro comigo mesmo. Inspiro-me em tudo o que me toca. Exploro materiais não convencionais considerados “lixo” e inspiro-me na mais pequena e insignificante das coisas. Preocupo-me com as pessoas em geral, com os desfavorecidos em particular. Na minha perspetiva, é uma arte de diálogo, preocupada e ecológica. Tenho uma visão cúmplice, mas simultaneamente crítica da sociedade contemporânea, diminuindo o fosso entre a arte e a vida. 

 

Sabemos que trabalhas com materiais “pouco convencionais”, como cápsulas de café ou antigos cartazes. Podes falar um pouco do motivo e das possibilidades que encontras na utilização dessas matérias?

A natureza do meu processo criativo assenta na apropriação, descontextualização e reinterpretação de objectos humildes e pouco convencionais existentes do quotidiano como as camadas de cartazes, cápsulas de café ou rolos de papel higiénico.

Penso que a minha arte é uma espécie de reminiscência dos ready-made onde há uma aprendizagem da matéria e uma preocupação com a história, presente no desgaste do material.

Em relação aos cartazes, o gesto de os arrancar é um protesto por si mesmo. O processo é muito importante para mim. O jogo de sedução com o acaso, o caos quase dominado, as incoerências do próprio processo, tudo isto é a obra.

 

 

Como é que encaras o estado das artes em Portugal, neste momento? É possível para um artista viver apenas da sua arte?

É muito difícil uma pessoa mentalmente sã viver apenas da sua arte. O terreno é agreste e não há apoios para uma coisa tão secundária e inútil como a arte.

 

Que conselhos darias a um jovem artista em início de carreira? Achas que a formação é essencial ou apenas um complemento ao talento individual?

Todas as influências são importantes e a formação é mais uma, como viajar ou outra coisa qualquer. O único conselho que talvez possa dar a um jovem artista é que saiba o que quer e siga o que sente, vendo a dificuldade como um incentivo.

 

Quais são os teus próximos projetos?

Neste momento estou como artista convidado da Bienal de Cerveira com um projeto intitulado “Lágrimas de Portugal”, realizado com cápsulas de café. Acabou há pouco tempo a minha exposição intitulada “o Mergulho” na Galeria Por Amor à Arte, na Rua Miguel Bombarda, em Lisboa. Neste momento fui convidado a ingressar num projecto promovido pela galeria We Art.

 

Website: http://www.alexandrerola.com/

Perfil de Facebook: https://www.facebook.com/rolacriativo

Perfil de Behance: http://www.behance.net/alexandrerola

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