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Entrevista a... Jimena Blázquez Abascal, diretora da Fundação NMAC

 

Na quarta 18 de julho, Jimena sentou-se connosco para um chat online com os utilizadores de The Art Boulevard. Este é o resumo do encontro.

 

TAB: Jimena, recebemos por email algumas perguntas de utilizadores que não vão poder estar ligados em direto, mas que não queriam deixar passar a oportunidade de colocar estas questões. A primeira é algo que certamente se pergunta a muita gente: Como realizas a programação dos artistas que expõem na Fundação NMAC?

Jimena: A programação da Fundação NMAC baseia-se na realização de projetos específicos, efémeros e permanentes, por artistas emergentes. Os artistas são convidados através de um comité assessor, o qual seleciona os artistas com que queremos trabalhar em projetos específicos, tanto de exterior como de interior, que se insiram no contexto histórico, geográfico e social em que se encontra a Fundação NMAC.

Também desenvolvemos uma programação educativa intensa, na qual trabalhamos com workshops e visitas guiadas, introdução às noções básicas do que é a arte contemporânea, a arte "site-specific", e o significado de um projeto inserido num espaço natural como é o da Fundação NMAC.

 

TAB: Quais são os critérios que esse comité assessor segue para a seleção dos artistas? Existe algum requisito indispensável?

Jimena: Os artistas são convidados a visitar a Fundação NMAC por decisão unânime do comité assessor. Relativamente aos convidados, valoriza-se a trajetória artística do artista, a sua criatividade, as intervenções que tenha feito em espaços públicos e o estado atual da sua obra.

Queremos que a Fundação NMAC seja um trampolim para todos os artistas com quem trabalhamos e, desta forma, ajudá-los a avançar na sua trajetória enquanto artistas.

Também valorizamos imenso aquilo que o artista possa aportar à coleção da Fundação NMAC com o seu projeto, nomeadamente com a introdução de uma nova leitura no contexto em que nos encontramos.

 

TAB: E entre os últimos artistas, há algum que te tenha surpreendido mais do que esperavas, que consideres uma grande descoberta?

Jimena: Antes de convidar alguém, estudamos muito bem a obra de cada um deles. No entanto, quando trabalhamos com eles, há sempre algo que nos surpreende, primeiro a nível pessoal, mas também a nível profissional. Não consigo destacar um artista em concreto, já que todos nos surpreenderam agradavelmente em cada um dos seus projetos na Fundação NMAC. De Olafur Eliasson a Santiago Sierra ou Fernando Sánchez Castillo, cada um dos projetos tem sabido adaptar-se ao contexto da fundação, tem contribuído com uma nova leitura do ambiente e tem-nos surpreendido com a sua enorme criatividade.

O último projeto que realizámos com James Turell também nos surpreendeu, apesar de se tratar de um artista consagrado. Nunca pensámos que levaríamos quatro anos a produzir um projeto de tamanha complexidade.

Durante estes quatro anos, o James ensinou-nos a entender o nosso ambiente de outra forma, a estabelecer uma relação mais estreita com a natureza e a observar o que nos rodeia utilizando os cinco sentidos, e não apenas os nossos olhos. Claramente, estes quatro anos de trabalho valeram a pena.

 

TAB: Uma última pergunta, Jimena, pensando um pouco nos próximos anos: Como vês o futuro da arte, tanto no nosso país como na Europa?

Jimena: Creio que estamos num momento em que a criatividade, a imaginação e as ideias são mais importantes do que nunca. A arte promove ligações ao nosso ambiente através dos diferentes meios de expressão, ajuda-nos a entender o que acontece à nossa volta e a compreender a sociedade em que vivemos. Agora, mais do que nunca, os artistas são fundamentais na nossa sociedade para dar-nos uma leitura mais livre do mundo.

Por parte das instituições, há que apoiar a criatividade e os artistas. Nesta altura, a Europa vive um grande momento de criatividade: Berlim, Londres e os países de leste são núcleos urbanos onde vivem muitos artistas e de onde surgem muitos projetos.

Em Espanha, as instituições devem apoiar os artistas - nomeadamente os artistas espanhóis emergentes - a realizar projetos e a exporem as suas obras em instituições, tanto nacionais como estranjeiras.

 

TAB: Muito obrigada, Jimena, esperamos que o trabalho da Fundação continue a ter êxito por muito tempo. Obrigada por responder às nossas perguntas.

Jimena: Obrigada. Não hesitem em contactar-me através da Fundação NMAC para qualquer dúvida que vos surja no longo e intenso caminho da criatividade. Até muito breve.

 

 

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