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Companhia Erva Daninha: um circo contemporâneo em Portugal

Pode ler-se no website oficial da Companhia Erva Daninha que a sua missão é a criação de um circo contemporâneo em que se explora “o diálogo entre diferentes expressões das artes performativas”. Mas os ensinamentos deste tipo de expressão artística estendem-se a todos os interessados? Qualquer um pode ir aos treinos abertos, às aulas de malabarismo ou a uma oficina de mastro chinês? Conversámos com Julieta Guimarães, membro da organização, que nos deu a conhecer também o novo espetáculo, Última Aduela, a estrear no próximo dia 25 de abril.

A Companhia Erva Daninha está instalada na Fábrica da Rua da Alegria, no Porto. “Um espaço gentilmente cedido pela ESMAE/IPP”, contou-nos Julieta Guimarães, e como não pagam o espaço que utilizam como escritório, armazém e como zona de treinos, sentiram a “obrigação de dar continuidade a este espaço de partilha” tendo em conta a pouca expressão do circo contemporâneo em Portugal. Os treinos abertos da Erva Daninha surgem assim, segundo Julieta Guimarães, como uma contribuição para que “todos os artistas que já trabalham profissionalmente [nesta área] não desistam, para que surjam novos criadores e também para criar um público”. Os treinos, que decorrem todas as quartas-feiras entre as 19h e as 22h, são abertos a quem quiser treinar com os artistas, para quem deseja simplesmente experimentar ou para os que querem só assistir. Em todos estes treinos são disponibilizados aparelhos e materiais de circo de forma gratuita “e insistimos na partilha de conhecimentos”, diz-nos Julieta.

Para além dos treinos abertos, todos os curiosos também podem inscrever-se nas aulas de malabarismo ou nas oficinas de mastro chinês. Os interessados em malabarismo aprendem esta técnica todas as quintas-feiras entre as 19h e as 21h, com um custo de 25 euros por mês. Questionada sobre a liberdade para qualquer pessoa frequentar as aulas de malabarismo, Julieta Guimarães afirma que “quer nas aulas quer nos treinos” há “profissionais, iniciados e curiosos”. Quando não existe qualquer treino ou experiência em qualquer das áreas em que as pessoas se inscrevem, os aparelhos não são disponibilizados sem uma adquirição mínima de conhecimentos e “claro que a companhia não é apoiante de se aprender pelo YouTube ou pelos livros”. Diz-nos ainda, sobre a importância de aprender as técnicas com aulas regulares, que defendem “as aulas e a escola como a melhor forma de obter e desenvolver os conhecimentos”.

Julieta explicou-nos também em que consistem as oficinas de mastro chinês. Trata-se de “um poste vertical em média com 6m de altura em que se exploram subidas, descidas, quedas, entre outros”. O problema associado a esta técnica é que são os poucos artistas a desenvolvê-la no nosso país e com capacidades de ensino ainda menores. Como os poucos artistas especializados com conhecimentos em mastro chinês têm de fazer deslocações entre Lisboa e Porto, torna-se mais fácil, para a Companhia, disponibilizar oficinas pontuais ao invés de aulas regulares. No dia 30 de abril, entre as 14h30 e as 18h30, no dia 31 de abril entre as 18h30 e as 21h30 e no dia 1 de maio, entre as 18h30 e 21h30, decorrão as oficinas de mastro chinês com um custo de 50 euros. Os interessados podem escolher um dos dias em que querem aprender esta técnica na Erva Daninha.

Quando questionada sobre outras atividades que estão a desenvolver, Julieta Guimarães contou-nos que uma das apostas da Companhia é a criação de espetáculos originais. “Tentamos sobretudo criar espaço para uma equipa completa que se possa exprimir nas suas áreas de intervenção”, como música original, desenho de iluminação e cenografia, “do projeto sempre sob o olhar atento da direção artística”. Estão planeados três espetáculos para este ano. 

No próximo dia 25 de abril, sexta-feira, estreia o espetáculo Última Aduela no Festival Fazer a Festa da Companhia Art’imagem, nos jardins do Palácio de Cristal do Porto. A 31 de maio e a 1 de junho apresentam o espetáculo Bainha na 11ª edição do Serralves em Festa e, no final do ano, estreiam Nove’s Fora, dirigido “aos serviços educativos e que aborda a matemática através do circo”. Com a Última Aduela, a companhia vai comemorar os 40 anos da Revolução dos Cravos. Trata-se de um espetáculo de reflexão sobre as novas ditaduras. É questionada a liberdade do Homem com malabarismo, monociclo e quick change, algumas das disciplinas desta companhia de circo contemporâneo portuguesa.

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